Diversidade, inclusão e saúde mental estão sempre de mãos dadas. Essa tríade constitui atualmente um dos pontos de maior preocupação, foco, desafio e investimento entre as pequenas e médias empresas, escritórios e grandes corporações.
De fato – e aqui sem nos determos nos motivos – as empresas estão investindo em educação (difusão do aprendizado) e na implementação de políticas e práticas concretas visando um ambiente corporativo mais humanizado, diverso, inclusivo e, portanto, mais saudável.
No mesmo sentido, estão se esforçando para ter canais de denúncia mais seguros para as vítimas de discriminação e assédios, bem como buscando implementar sanções mais severas para os infratores.
As empresas estão num momento de “virada de chave” e essa virada pressupõe a valorização das diferenças e das soft skills, o acolhimento de pessoas com características e realidades diversas e pensamentos não padronizados e alteração na cultura. Estão atravessando um mar de reflexões e questionamentos e estão sendo obrigadas a abandonar certezas e premissas há tanto tempo tidas como únicas e verdadeiras.
O ambiente corporativo está vivendo uma fase de oportunidades. Oportunidade para pensar diferente, para agir diferente e para realmente enxergar e acolher pessoas. Seres humanos que desejam trabalhar e serem bem remunerados pelo seu trabalho e que desejam (em igual intensidade – ou ainda mais) sentirem-se pertencentes, acolhidos, compreendidos, aceitos, motivados, respeitados e valorizados pelo que são (sem ter a obrigação de atender a expectativa de caber em caixinhas padrão).
Além disso, já está mais do que comprovado que a saúde mental corporativa e a de cada um dos seus membros está intrinsicamente ligada à efetividade da diversidade e da inclusão.
Culturas não inclusivas, abusivas e ameaçadoras afetam a saúde mental dos seus integrantes e podem contribuir para o surgimento de doenças tais como burnout, depressão, ansiedade, baixa autoestima, dentre outras.
Para termos ideia da importância do assunto, durante a Fenalaw 2023, maior e principal Feira Congresso para o mercado jurídico da América Latina, que se realizou no final do mês passado, a OAB/SP organizou um Painel intitulado “A Cultura da Empresa está de fato alinhada com as questões de inclusão e diversidade?”
A pergunta é ótima e a resposta não é tão simples, mas os necessários passos estão sendo dados. E essa é uma grande notícia.
Mais um exemplo da relevância do tema é a recente premiação GPTW – Great Place To Work. O ranking das empresas médias multinacionais de 2023 tem como as três primeiras colocadas empresas nas quais “os cuidados com a saúde mental, física e financeira dos empregados e a promoção da diversidade e da inclusão estão entre as prioridades”.
Lúcia Guedes Garcia da Silveira | lucia@nascimentomourao.adv.br
Sócia Sênior Coordenadora do Consultivo Empresarial. Especialista em Contratos e Membro do Comitê de Diversidade e Inclusão.