Inteligência artificial traz inovação no setor do Agronegócio.
Neste mês de Abril foi realizado, no Rio de Janeiro, o Web Summit, um grande evento de tecnologia conhecido como “Davos para geeks”, no qual foi abordado o potencial da Inteligência artificial (IA) no setor agrícola, tanto sob uma perspectiva de incremento financeiro no setor do agronegócio como preservação do meio ambiente.
Algumas startups, como a Traive por exemplo, que utiliza IA para analisar dados agrícolas, definir riscos para os credores e facilitar o acesso ao crédito para os agricultores, apresentaram tais potenciais. Conforme atestou a fundadora da mencionada empresa, Aline Oliveira Pezente,“podemos fazer em cinco minutos e com muito mais precisão o que antes levava três meses”. E mais, segundo Aline, sua plataforma já é utilizada por mais de 70 mil produtores e facilitou R$ 5 bilhões em operações financeiras.
Esse é um tema sensível para o setor, uma vez que para a compra de insumos e produção, grandes créditos precisam ser antecipados, o que muitas vezes encontra desafios no Setor Financeiro, que considera os riscos crediários frente aos riscos naturais, dentre eles o clima, por exemplo.
Na seara da prevenção dos riscos ambientais, o citado evento mundial de tecnologia também contou com a exposição de outras startups que fazem uso da IA para buscarem a conciliação entre a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento do potencial agrícola brasileiro. Dentre elas, destacou-se a TerraFirma que possui um modelo de IA que faz uso de imagens de satélite para prever riscos ambientais, como desastres naturais, doenças agrícolas e erosão.
Mariana Vasconcelos, 32, CEO da startup brasileira Agrosmart, que também utiliza IA para gestão dos riscos climáticos e produção de um modelo sustentável do agronegócio questionou: “Como aumentar a produção de alimentos para alimentar uma população crescente, produzindo com menos e com a mínima pegada de carbono possível, se não adotar tecnologia?”.
No Brasil já é uma realidade o uso de inteligência artificial neste setor tão potente da economia brasileira, o que tem sido visto de forma positiva tanto pelos players do mercado como pelos entusiastas das inovações a serem usadas para o benefício do bem comum.
Deste modo, as inovações são muito bem-vindas, sendo importante que as cautelas sobre a segurança das informações contidas nessa nova forma de relacionamento jurídico sejam garantidas e estejam de acordo com os princípios da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Flávia de Aguiar Pietri Vicente | flavia.vicente@nascimentomourao.adv.br Sócia da área de Direito Consultivo Empresarial, Especialista em Direito Digital e Proteção de Dados.